sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Rock Alive Entrevista: Far From Alaska

Fala galera que acompanha o Rock Alive Brasil!!!

O site entrevistou uma das mais novas e cogitadas bandas do cenário do rock nacional. A Far From Alaska, que possuí um E.P intitulado "Stereochrome" e um álbum recentemente lançado, o "ModeHuman".

Frame /Videoclipe "Thievery"
FFA Foram super gentis e nos contaram um pouco sobre sua história, influências, objetivos e claro, muito rock'n roll. Se liguem aí!

RA - Vocês começaram há pouco tempo e já possuem uma interessante bagagem musical! Como foi o processo de migração da cena musical de Natal para a notoriedade atual?

FFA - A cena de Natal é muito profícua, muitas bandas legais em atividade, festivais, público atento e etc. Acreditamos que era uma questão de tempo os olhos do resto do Brasil se voltarem pra nossa amada terrinha. No mais, o que ajudou bastante foi o concurso que participamos (e vencemos!) em 2012, quando a banda ainda estava bem no começo.

O Concurso Som Pra Todos, promovido pelo Banco do Brasil e capitaneado pela gravadora Deck, cujo prêmio era abrir o festival Planeta Terra em São Paulo e um contrato de distribuição digital da música vencedora. A partir disso nosso acesso no sudeste aumentou pela exposição que o concurso recebeu e tudo mais.

Divulgação/Facebook
RA - As músicas são cantadas em inglês. Alguns artistas desaprovam este viés de banda brasileira não cantar na língua nacional. Acham que é uma espécie de xenofobia? O uso de outro idioma deveria ser mais aproveitado?

FFA - Achamos que é uma espécie de bobagem, isso sim (risos). Cada um deve fazer a música que é verdadeira pra si. O que adianta cantar em português se você é uma banda pré-fabricada, por exemplo? Estamos em 2014, em plena era da informação, conectados com o mundo inteiro através da internet, dos filmes, da música e a barreira linguística tende a diminuir cada vez mais.

Fora isso, compor em inglês é natural pra nós, vem da influência de tudo que escutamos desde pequenos. Se a língua ainda pode ser um separador do grande público, infelizmente é algo que não podemos fazer muita coisa a respeito. Nós fazemos o que gostamos, é a nossa verdade ali. Se as pessoas gostam e se identificam, é fantástico, mas se não, tudo bem.

Quem quer fazer música só pra fazer sucesso e, por isso, considera "ferrenhamente" essas questões de “ah, tem que ser em português pra atingir mais gente” não quer fazer música, quer fazer sucesso.

RA - Dante Augusto e Chuck Hipólito ajudaram na gravação, produção e mixagem do primeiro E.P de vocês, "Stereochrome". Como foi o primeiro contato com esses caras, que são importantes e referências para atual cena do rock nacional?

FFA - O Dante é um expoente do rock aqui em Natal, todos da banda de alguma forma foram influenciados pelas bandas que ele teve aqui na cidade, em especial a Calistoga. Ele esteve conosco na gravação e é muito criativo, tem um ótimo gosto e muitas referências legais, além de ser nosso "broder" de longa data.

Já o Chuck foi o cara que pegou as tracks de gravação e “ouviu com outro ouvido”, e evidenciou umas coisas muito bacanas na mix que nem a gente tinha atentado, sabe como é isso? Foi muito importante e determinante a mix dele, que voltou para nós cheia de identidade e bem suja, do jeito que a gente gosta.

Divulgação/Facebook
RA - A "Far From Alaska" têm como ponto forte o uso de vozes femininas e as letras intensas. Acreditam que criticar e debater problemas sociais através da música é essencial, e está em falta hoje em dia?

FFA - As letras da banda são muito pessoais, e por isso, são produto também do momento que estamos vivendo socialmente falando. Não tem como estar inserido em um contexto social e não se referir a ele mesmo que indiretamente. O que está em falta é compor o indizível da sua cabeça.

Aquela verdade que você não conta, aquele pensamento bizarro. Anda tudo muito rosa demais no rock do Brasil, muito flores. Sabe? Às vezes sentimos falta daquela sensação de estar ouvindo um desabafo, o rock é também é esporro!

É engraçado que historicamente, nesse sentido de denúncia social, o hip hop no Brasil meio que assumiu esse papel que antes o rock cumpria majoritariamente, admiramos muito essa turma nova aí (Criolo, Emicida, Rachid, etc).

RA - O Festival Planeta Terra de 2012 foi um marco muito importante pra banda, pois chamaram a atenção tanto do público quanto de outros músicos. Shirley Manson (Garbage) foi o mais significativo. Como ocorreu o contato e o quão o incentivo e apoio dela ajudou vocês?

FFA - Nós conhecemos a Shirley na noite após o show do Garbage, no lobby do hotel em que estavam hospedadas as bandas do festival (inclusive a gente). Fui (Cris) apenas pedir pra tirar uma foto, bem fã e ela viu nossos crachás e puxou papo, super simpática. Quis saber sobre a banda, se impressionou que era nosso segundo show e etc. No dia seguinte, fiquei de tocaia no lobby novamente, esperando ela fazer o checkout e entreguei um bilhetinho com o nome da banda e dizendo que seríamos muito felizes se ela apenas nos ouvisse, já que ela não deixa de ser uma inspiração pra gente.

Alguns meses depois, com a historia já esquecida, ela fez um post no facebook do Garbage, dizendo que acordou lembrando do nome da banda, escutou no youtube, curtiu muito e recomendava a audição. A gente quase enfartou. De lá pra cá, sempre que temos alguma coisa nova, a gente posta pra eles e ela comenta, dá uma força. Isso gerou um buzz, claro, muita gente conheceu a banda por causa disso e, poxa, a gente é muito sortudo, né?

RA - Em maio desse ano, "modeHuman" foi lançando e recebeu diversos elogios. Vocês esperavam ter essa ascensão de forma tão rápida?

Divulgação/Facebook
FFA - A gente nunca espera nada, somos super descansados, mas no caso do disco estávamos muito, muito, muito ansiosos porque foi uma experiência muito legal e nova pra gente gravar num estúdio massa, com uma estrutura massa.

Os coraçõezinhos quase não aguentaram! Tudo isso já é uma vitória pra gente então cada vez que uma pessoa de qualquer lugar chega pra elogiar o disco, cada vez que sai uma resenha em site, nossa, a gente explode de alegria, é tudo um bônus fantástico do universo!

RA - Vocês possuem um estilo bem diferenciado e eclético. Vocês pensam que há uma "definição" ou não do som do grupo? Ou estas classificações não importam muito?

FFA - Nossa, sei lá. Acho que essa falta de definição vem desde o início da banda. A gente se juntou pra tocar “qualquer coisa”. Ninguém sabia o que o Far From Alaska ia tocar. Podia ter dado em outro som qualquer. A ideia inicial foi minha (Cris) e da Emmily, e a única coisa que sabíamos era que Emmily seria a vocalista, não importava do que!

Chamamos os meninos por afinidade pessoal, não foi nem musical, e aí o som que saiu é a junção do gosto de nós cinco. Logo, acho que a definição do som é: tipo de rock que sai quando Cris, Emmily, Edu, Rafael e Lauro tocam juntos e gostam do que estão tocando.

RA - Qual a visão do futuro da banda para cada um de vocês? Pretendem planejar um novo trabalho ou preferem aproveitar o momento e saírem em turnê ainda este ano?

FFA - Queremos o que toda banda quer: TOCAR! Rodar tudo tocando! Por enquanto temos outros trabalhos, mas nosso sonho é viver só de tocar mesmo. Esse ano já fizemos uma mini tour no estado de São Paulo e agora em agosto/setembro vamos fazer centro-oeste e sul! E o plano é esse, pra frente e avante levando o rock pra onde quiserem nos levar.

Confiram um dos sons da FFA com videoclipe Dino vs. Dino na íntegra:


E aí curtiram a entrevista? Fiquem ligados que tem muito mais por vir!

See You Soon!!!

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