segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Entrevista: Miss Pepper | "A internet é uma mega aliada, mas não adianta apenas ter..."

Fala galera, que acompanha o Rock Alive Brasil!

Essa semana nós entrevistamos a banda independente Miss Pepper, de São Paulo. Quem falou conosco foi a baixista Gabriella Lima.

Miss Pepper/Divulgação
A pouco tempo a banda participou do festival Girls 'n Rock promovido pelo Manifesto Rock Bar.

RAB - A banda foi formada em SP, contem como se conheceram.

Gabriella Lima - Em 2013, a Lynda decidiu montar uma banda de Hard Rock enquanto a Paolla e a Mélani tocavam juntas em um cover de Vixen. A Lynda e a Mel se conheceram pela internet e as três acabaram formando a Miss Pepper.

Havia uma outra baixista antes, a Patrícia, que já era conhecida delas, mas acabou não ficando. As meninas então, decidiram buscar outra integrante e me conheceram através do Ian Bueno, meu namorado e baterista da Mattilha.

RAB - Quais são as influências do blues e country da banda?

Gabriella Lima - A Mélani, que normalmente é quem chega com a ideia de som, escuta muito Joe Bonamassa, Stevie Ray Vaughan e The Hellecasters. Além disso, ouvimos Blackberry Smoke, Hogjaw, além de Alan Jackson.

Miss Pepper/Facebook
A Mel e eu somos as mais fãs de um rock n’ roll 70’s, que tem muito blues inserido e acaba sendo passado para as nossas composições. Mas é algo bem indireto, não paramos para pensar nisso. Simplesmente, de tanto escutar, absorvemos elementos que hoje são transmitidos para as nossas músicas.

RAB - Vocês participaram neste ano junto com as bandas SleepWalkers, Endigna, Hey Ladies, Mafalda Morfina entre outras, do Festival Girls in Rock do Manifesto Rock Bar, contem como foi participar deste evento voltado somente para bandas com presença de garotas?

Gabriella Lima - Foi um evento muito bacana, porque chamou a atenção para bandas com formações femininas. É o primeiro festival do gênero que temos conhecimento, e ver que as bandas têm ganhado espaço, mostrando que o que estamos fazendo está sendo reconhecido.

Além disso, conhecemos muita gente legal, como o pessoal da Indiscipline, Melyra e Del Fuegos. Foi divertido, mas não somos muito fãs de competição, acreditamos que todas as bandas têm e precisam se apoiar. Levamos tudo com descontração e aproveitamos todos os minutos!

RAB - Visto que, no passado havia o preconceito de outras bandas com integrantes masculinos, com as bandas que há meninas da formação. Na opinião de vocês ainda há esse "preconceito"?

Gabriella Lima - Ainda existe preconceito sim, mesmo que os homens digam que não. Talvez nem chamaria de preconceito, mas machismo mesmo, explicitamente. Eles julgam antes de ouvir o som, ou quando não julgam, pagam para ver e isso é machismo.

Escutamos frases do tipo “Vamos ver o que essas garotinhas vão fazer ai”, ou como a Camile, da Backstage Queens um dia me disse que ouviu “Vão tocar o que, Justin Bieber?”. E quando eles finalmente, escutam, elogiam, dizem que estão surpresos, como se fosse a maior novidade do mundo que mulher pode SIM fazer música boa. Isso não deveria ser uma surpresa. Mas ainda assim, é difícil você ver um homem com camiseta de bandas femininas nas ruas, ou que escuta essas bandas no dia a dia.

É como se houvesse um orgulho da parte deles ou talvez, um medo de que toquemos melhor do que eles. Estou generalizando, é claro, temos muitos amigos e fãs que apoiam. Mas os roqueiros mais antigos não dão a chance, na maioria das vezes.

Luiza Panza/Divulgação
RAB - Contem como foi participar do movimento Gang da 13, junto com a banda Sioux 66.

Gabriella Lima - Eu já conhecia a Sioux 66 antes de entrar na Miss Pepper, e sempre adorei a banda. Eles são muito talentosos, divertidos e gente boa demais! Adoramos eles! Nós fazemos parte da Gang da 13 desde o primeiro show da Miss Pepper, no The Wall Café.

Junto com a Sioux 66 e diversas outras bandas, como a QR1, Mattilha, Salário Mínimo e Sanatori#1, buscamos promover o rock autoral aqui de São Paulo. Nos apoiamos muito e batalhamos juntos para conquistar nosso espaço. Ter o apoio de toda essa galera é demais e não poderíamos estar mais agradecidas!

RAB - Vocês estão em fase de produção do primeiro EP "Road, Roses and Time", como está sendo essa experiência para vocês?

Gabriella Lima - Na verdade, acabamos de concluir o EP e nos surpreendemos com o resultado. Não foi fácil, porque estudamos, trabalhamos e temos diversos compromissos. Gravávamos de madrugada, longe de casa.

Ouvir as músicas em estúdio, masterizadas, tudo muito profissional e produzido pelo Henrique Baboom dá uma sensação de missão cumprida. É a primeira vez que gravamos, então poder ver a música tomar corpo nas gravações é algo bem prazeroso. Podemos dizer que toda a correria vale muito a pena!

RAB - Sabemos que ainda há muito pouco espaço para bandas independentes, porém a internet é uma aliada. Quais as dificuldades e caminhos que vocês encontraram ou encontram ainda para a divulgação dos trabalhos?

Gabriella Lima - A internet é uma mega aliada, mas não adianta apenas ter uma página no Facebook e deixa-la parada, esperando que se movimente sozinha. Hoje em dia, é preciso saber lidar com a concorrência de informações que são bombardeadas no feed de notícias das pessoas.

Miss Pepper/Facebook
Essa é a maior dificuldade e para superá-la é preciso inovar e se destacar. Contamos com o amigo e designer Paulo Coruja, que faz as artes das quais precisamos, as fotógrafas Ilka Rehder e Luisa Panza também nos ajudam, além de termos um planejamento bem pensado nas nossas redes sociais. Temos Instagram, Twitter e buscamos sempre interagir com as pessoas e chegar até elas, não esperar que elas cheguem até nós.

Mandamos nosso som, fazemos vídeos e interagimos! Estar próximo das pessoas faz com que a chance que elas escutem e gostem seja maior. A Gang da 13 também faz uma divulgação muito importante para a gente e contamos com a ajuda de muitos amigos também!

RAB - Hoje, temos diversas plataformas para distribuição de músicas via streaming como Itunes, Spotify, Onerpm e outros vocês já utilizaram ou pensam em utilizar essas plataformas para divulgar o álbum? Qual a opinião de vocês sobre essas plataformas?

Gabriella Lima - Estar presente nessas plataformas é essencial hoje em dia. O modo como as pessoas ouvem música mudou, e se não acompanharmos essa mudança, ficaremos para trás. Para o lançamento do EP “Road, Roses and Time” já estamos com tudo acertado com a OneRPM para o lançamento digital no Spotify, Deezer, Rdio, iTunes, etc. O download do EP poderá ser feito no site deles.

RAB - Quais são os planos e projetos da Miss Pepper ainda para este ano e 2016?

Gabriella Lima - Este ano ainda faremos o show de lançamento de EP, que será um festival organizado por nós mesmas no Manifesto Bar. Além disso, alguns shows estão em vista. Para o ano que vem, os planos são compor mais músicas. Estamos com várias ideias e precisamos de tempo para desenvolvê-las.

E aí curtiram? Então confiram na íntegra o videoclipe de "Drive"!
 Para mais informações acessem as redes sociais da banda:


See You Soon!

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