sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Rock Alive entrevista: Raphael Dantas

Fala galera, que acompanha o Rock Alive!!!

Conforme veiculamos essa semana no Facebook, sobre uma nova entrevista, aqui estamos.
Entrevistamos o novo vocalista da banda paulista Andragonia, Raphael Dantas. Embora já o conhecemos - sim, foi na ExpoMusic 2013 - vamos apresentá-lo a vocês!!

Confiram a entrevista na íntegra:

RA - Raphael, como foi a sua entrada no mundo musical?

Raphael Dantas - Como grande maioria dos músicos foi ouvindo música! Meu primeiro contato com instrumento de verdade foi em 2000, onde me apaixonei pela bateria e estudei por alguns anos.


Raphael Dantas/Arquivo Pessoal
RA – Quais bandas te influenciaram e influenciam até hoje?


Raphael Dantas - Bom, sempre fui influenciado por muitas bandas e cantores internacionais, mas enumerando alguns mais antigos temos Michael Bolton, Billy Ocean, Bonnie Tyler (cantores internacionais). No rock/metal comecei com o Kiss, Scorpions, Roxette, e a maior parte das bandas de power metal e prog metal mundial.


RA – Como é a participação da família em relação a sua carreira?

Raphael Dantas - Bom, eles nunca levaram muita fé que eu chegaria à algum lugar sendo um ¨rockeiro revoltadão¨ mas, como viram que sempre busquei crescer nesse meio, as coisas mudaram e hoje eles me apoiam, pelo menos moralmente (risos).

Raphael Dantas/Arquivo Pessoal


RA – Comente sobre a sua participação no concurso “Cante na SoulSpell”.


Raphael Dantas - Foi de fato, uma das loucuras que fiz e deu certo! O Humberto Sobrinho (Glory Opera), é um grande amigo meu que sempre me incentivou a me desenvolver como vocalista, e viu nesse concurso a oportunidade de eu poder mostrar minhas habilidades, a princípio, nem levei muito a sério porque sempre vivi a filosofia do pessimismo (para mim, ser pessimista tem a vantagem de não nos decepcionarmos muito quando algo do errado, porém ficamos surpresos quando da certo), que logo me veio as surpresas, fui aos poucos me classificando com o material que enviava até que cheguei à final que era lá em São Paulo!




Fiquei pensando: "Fudeu"! Como eu (um mero assalariado) vou conseguir chegar em Sampa? Ai não quis nem saber, arrumei uns contatos de amigos, um deles era amigo do meu chefe nessa época que me conseguiu uma carona de caminhão até Salvador (BA), pouco mais próximo de São Paulo, de lá fui pra rodoviária e comprei uma passagem mais barata de ônibus pra lá. Foi um inferno! O ônibus quebrou um monte de vezes até que finalmente foi substituído por um melhor! Foram 42 horas de viagem só de ônibus. Chegando ao Tietê umas 6h, fui tentar ligar pro Humberto (que nessa época ia fazer teste no Hangar) o telefone só dava desligado! Eu quase enfartei (risos), até que o Milton (o amigo que nos hospedou) finalmente atendeu e acordou ele (risos), ai ele foi me buscar no metrô da rodoviária, quando finalmente fiquei sossegado!

Cheguei faltando um dia e meio pro concurso, tive uma crise alérgica por conta da mudança brusca de tempo e fiquei  meio zoado no dia do concurso, competi com nove candidatos muito absurdamente talentosos com o Guilherme Antoniolli (Tierra Mystica) e o Pedro Campos (novo vocalista do Hangar) foi uma competição muito difícil e tinha muitas feras da cena metal nacional nos julgando como Nando Fernandes, Tito Falaschi, Christian Passos, Bruno Maia dentre outros! Cantei as musicas Forever (Kamelot) e Soulspell (interpretada originalmente por Mario Linhares). Saldo final do concurso é que ganhei e fiquei muito conhecido na cena metal do Brasil, e "bangers" de todos os estados me parabenizavam e queriam conversar comigo no Orkut. Gravei um dos melhores álbuns do projeto junto com os melhores vocalistas da cena nacional, que me influenciaram muito, quando resolvi querer ser cantor como o Eduardo Falaschi (o primeiro de todos), Mario Pastore, Tito Falaschi, Nando Fernandes e outros mais. E claro participações de feras do metal internacional como Jon Oliva e Zak Stevens (ambos ex-integrantes do Savatage).


Raphael Dantas/Divulgação

RA – Qual foi a melhor experiência que você já teve em sua carreira?

Raphael Dantas - Foi quando abri o show do Angra com o Caravellus em 2010. Levamos a plateia à loucura, era o lançamento do segundo álbum da banda (Knowledge Machine) e muitos estavam muito empolgados em ver e ouvir as músicas ao vivo! A interação público/banda foi algo inacreditável! Algo que vou guardar eternamente no meu coração.


RA – O que a banda Caravellus significa para você?

Raphael Dantas - Hoje em dia é difícil responder essa pergunta, pois depois de quase sete anos de banda descobrimos que não estávamos (sim, falo pelo restante dos músicos também) numa banda e sim num projeto solo do membro fundador, afinal, depois que "ele" precisou mudar de estado preferiu engavetar a banda, e a principio não falamos nada afinal éramos todos amigos e torcíamos para que desse tudo certo para ele, logo em seguida senti a necessidade de me mudar pra São Paulo, para tentar a vida como professor de canto e músico da noite. E com o tempo os meninos estavam sentindo uma necessidade absurda em manter as atividades do Caravellus, mesmo que por enquanto a gente chamasse outro guitarrista pra fazer os shows e eu viajaria para fazer as datas, porém quando essa possibilidade foi sugerida e discutida com o mesmo, a reação não foi muito positiva digamos assim, e não poderíamos seguir sem ele como Caravellus, se não provavelmente teríamos problemas judiciais, pois segundo ele, ele fez tudo na banda e não temos nenhum tipo de direito sobre a ¨banda¨, então decidimos seguir em frente com outro nome e um novo guitarrista.


Raphael Dantas/Arquivo Pessoal


O último contato que tive com ele, foi quando pedi a mídia (os arquivos musicais e "booklet") do Knowledge Machine para poder fazer uma prensagem independente para a banda poder comercializar na futura turnê, pois o disco infelizmente não alcançou o mercado nacional e mesmo sendo muito barato exclusivamente para o Brasil, nem todo mundo gosta ou confia em fazer compras pela internet, porém mais uma vez ele se recusou a ceder o material, o que foi desgastante para todos, afinal não pedíamos nada demais.

Ele produziu o disco todo na parte de captação e mixagem, mas todos nós gastamos tempo e dinheiro para realizar os trabalhos da banda, sem contar que sou o coautor das letras de 80% do disco, nada mais justo, porém mais tempo ou menos tempo isso será resolvido.





Mas, respondendo a pergunta que foi feita, eu diria que o Caravellus foi uma doce ilusão, pois crescemos muito popularmente e como músicos nesse tempo dedicado apenas a banda, o que entristece é o fato de que Cleison Johann, Daniel Felix, Pedro Nunes e eu fomos usados de forma muito egoísta pra realizar esse tipo de trabalho. Acredito que se desde o início tivesse deixado claro que era apenas um "guest featuring" dos músicos num projeto dele, eu não teria feito questão de ter escrito nenhuma linha das letras e ninguém estaria triste com tal atitude, pois seria apenas mais um trabalho musical.


Raphael Dantas/Divulgação
RA – Comente como foi receber a notícias de que assumiria os vocais da banda Andragonia?

Raphael Dantas - Bom, foi algo não esperado, eu já era amigo do Cauê Leitão (guitarrista), pois ele tem família em Recife e do nada nos encontramos e trocamos ideias! Ficamos muito próximos e por sinal ele foi uma das pessoas que me incentivou pra me mudar pra São Paulo e tentar a vida aqui, pois ele sabia como me sentia em relação a cena não ser muito forte para estilo de musica que eu faço em Recife.


Logo, mais ou menos um mês depois do vocalista ser desligado da banda eles me contataram para um possível teste, não aceitei de primeira, pois estava vendo outra banda que eu estava começando a montar e não entraria se tivesse risco de deixa-los na mão, porém não rolou, mas sempre tocávamos no assunto até que ouvi o ¨embrião¨ do que seria a música que lançamos (The challenger) e fiquei impressionado até que finalmente topei fazer o teste, e acabei sendo efetivado!

RA – Em sua opinião, bandas brasileiras que são do estilo Heavy Metal e suas vertentes, podem conseguir subir no país?

Raphael Dantas - Mais uma pergunta difícil (risos). Bom, acho o seguinte, mesmo com a facilidade da internet no começo dos anos 2000, o acesso a músicas era ainda limitado e a grande maioria comprava discos e iam a shows, falo isso porque eu era uma das pessoas que estava naquele meio como consumidor, não importava de onde a banda vinha, era casa cheia sempre! Fui a shows de bandas nacionais e internacionais com essas características, shows do Angra, Shaman, Eterna, Torture Squad, Nervochaos, Kreator, Destruction, Vader, Hangar, Holysagga e muitos outros mais! Sempre bem frequentados e sem prejuízos!


Raphael Dantas/Arquivo Pessoal

Acho que a acessibilidade maior da internet ajudou muito na divulgação de muitas bandas, porém o consumo gratuito de músicas virtuais acabou se tornando um vicio, prejudicando muito também, pois a matéria prima das bandas são os shows, CDs, DVDs, camisetas e etc.

E a venda de todo esse material por ser fácil de baixar da internet tem caído muito, o que resulta na redução de shows das bandas nas cidades do Brasil e o restante do mundo, afinal o promotor de eventos só saberá que a banda vai trazer público se o "merchan" for bem vendido certo? Acho sim, que bandas brasileiras tem tudo (em relação a qualidade musical) pra crescer em qualquer canto do mundo, grandes exemplos são os caras do Hibria que hoje são deuses no Japão, o Shadowside, o Mindflow que excursiona no exterior todo ano com casas sempre cheias. 



O que falta realmente é recurso. O que seria recurso? Seria os fãs de Heavy Metal do Brasil voltarem a ser em mais honestos com as bandas e consigo mesmos, ajudar suas bandas preferidas à chegar o mais longe possível! Não acho um crime o download, eu mesmo baixo muita coisa, mas o que realmente gosto, vou comprando, afinal quero as minhas bandas preferidas no auge, e saibam que não to de hipocrisia! 40% do meu acervo é de bandas nacionais! É apenas uma questão de conscientização!

RA – Conte sobre o projeto “Modus Operandi”.

Raphael Dantas - Bem, é uma historia que estou escrevendo e que pretendo lançar em forma de livro e música, que graças a essa lotação de atividades, ainda não tive tempo de concluir, mas a produção do disco já foi iniciado, só não posso precisar agora, uma data de lançamento.

RA - Hoje, o mundo musical está bem mais aberto com as distribuidoras de músicas –streaming – ajudando as bandas a ficarem mais conhecidas, disponibilizando as músicas na íntegra e no mundo todo como a ONErpm, Spotify, iTunes, Uol Música e outros. Na opinião de vocês, isso ajuda a banda a crescer?

Raphael Dantas - Ajuda sim! Não é a toa que muitas bandas estão crescendo bastante graças a esse suporte! Streaming é uma coisa, download é outra, no streaming são reproduções onde temos controle do quanto e quando ela se repete conseguindo ver em números a popularidade da banda, grupo etc, se o cara quiser sacar o som da banda preferida terá que ir lá para dar o play que será contabilizado, download. Já é algo bem mais informal e o músico não recebe nem uma satisfação sobre isso.

Raphael Dantas/Arquivo Pessoal

RA - Muitas bandas hoje estão crescendo através das redes sociais, vocês também estão inseridos nessa “onda”, qual a sensação que vocês têm a cada pessoa – nova – que escutou o single de vocês e começou a seguir no Facebook, Twitter e MySpace?



Raphael Dantas - O Andragonia, diria que é a banda que mais está inserida nesse contexto no progmetal do Brasil, pois tem muito material virtual, desde videoclipes da banda e dos músicos individuais, ou até o segundo disco (Memories) que está disponível para download no SoundCloud.

No momento acredito que é o campo de mídia que mais funciona hoje em dia, prefiro dez mil vezes ter o disco na mão claro, para poder ver a arte com as letras e ouvir a musica sem qualquer tipo de compressão, mas temos que acompanhar as novas tecnologias para não ficar para trás.

A cada minuto em que vemos e revemos o vídeo/single, as visualizações não param de aumentar! A sensação que temos é óbvia, muita alegria sem dúvida alguma, com uma mescla da responsabilidade de sempre querer estar subindo de patamar!



E aí galera curtiram a entrevista com o Raphael? Sigam-o no Facebook!


See You Soon!

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