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Flyer/Eridanus/Divulgação |
Esta semana entrevistamos a banda Eridanus, que iniciará a HellTherapy Tour, confiram abaixo:
RA – Quem é o
Eridanus?
Roger: Eridanus é uma
banda que quando começou em 2005 como uma ideia ambiciosa de tentar ser
diferente em um estilo onde quase tudo já foi feito. Mas a diferença nunca foi
criar algo novo, do zero, mas sim juntar tudo que há de bom no Heavy Metal, e
desta mescla surgir algo original. E para nossa sorte, hoje sentimos que o
primeiro passo do nosso objetivo foi conquistado, com nosso primeiro álbum
“HellTherapy”, que hoje colhemos frutos deste grande
trabalho.
RA – Por que
escolherem este nome e qual o significado dele para vocês?
Roger: Eridanus é uma
constelação do hemisfério celestial sul e tem como vizinha a constelação de
Orion, que é mais conhecida. Quando começamos a banda, queríamos um nome que
tivesse algum significado diferenciado, com lendas e histórias, e Eridanus tem
muitas histórias interessantes.
RA – Como foi para
vocês terem o álbum “HellTherapy” tocando nas rádios internacionais?
RA - Como vem sendo o trabalho da Eridanus desde o
lançamento até hoje? Houve algum tipo de alteração?
Roger: No
geral, o trabalho não muda, sempre tentando alcançar o maior número de pessoas
possíveis para divulgar nossa música, o que realmente muda são as ferramentas,
com o tempo vão surgindo novas formas de se divulgar e apresentar o trabalho,
conforme o álbum vai crescendo, você ganha novas ferramentas, como os reviews,
entrevistas, clipe, shows, eventos e etc.
Outra
coisa é a intensidade, pois com o passar do tempo a frequência de divulgação
diminui um pouco, até o álbum entrar na fase descendente e aí começa o ciclo do
próximo trabalho.
Thiago: Desde a
música erudita, até os confins das vertentes do Metal, da pop music bem
trabalhada, até o mais alternativo industrial, do Hard Rock Glam e AOR, até o
folk finlandês mais rústico. Sou apreciador de boa música, e um assíduo crítico
de músicas e gêneros mal trabalhados. A Música DEVE ser respeitada. Tocar e
criar sem paixão e refinamento é um crime. Claro que as principais influências
são o Heavy Metal Tradicional e o AOR, mas uso tudo que posso nas composições
que participo.
RA -
Hoje, o surgimento de novas bandas de rock e metal vem crescendo muito no
Brasil, na sua opinião os (as) vocalistas dessas bandas estão preparadas
musicalmente para isso?
Thiago: Aprendi com a
música que TODOS tem a capacidade de cantar bem. Basta praticar e soltar a voz
com convicção. Não se travar em paradigmas e sempre investir na evolução de sua
técnica - e principalmente – não se esquecer do sentimento por trás de todo o
investimento musical que você (vocalista) desejou para aquela composição. Digo
isso, porque tive pouco tempo de ouvir novos companheiros do mundo do Metal,
mas sei que muitos são bons, e outros se prendem a demonstrar uma
técnica
exorbitante e esquecer-se do principal, a música.
RA - Qual
a opinião de vocês sobre o público brasileiro dar mais valor às bandas
internacionais, sabendo que há bandas de som bem trabalhado e com o mesmo
potencial das gringas, e não darem a devida atenção?
Roger: O
brasileiro é muito maravilhado com o que vem de fora, pois o brasileiro vive em
um mundo à parte do resto do planeta, onde os outros povos são mais
familiarizados com o contato com estrangeiros e não os cultuam como “seres de
outra dimensão”. Mas isso é cultural, está enraizado nos pilares da sociedade
no Brasil, já que sempre tivemos a síndrome do “vira-lata”, onde nos é passado
que o que vem do Brasil não é bom, e o que vem de fora é que tem qualidade,
quando na realidade isso não é verdade, há muita qualidade aqui sim, e as
vezes, até superior ao que vem de fora.
Há exemplos
fora da música. Se tu tens um carro nacional e um importado, com os mesmos
itens de série, mesmo motor, mesmo tudo, incluindo o preço, qual o brasileiro
vai escolher? Obviamente o importado, pois na cabeça dele, o que foi passado
pra ele a vida inteira é que o que vem de fora é melhor, mesmo isso não sendo
verdade em alguns casos.
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Eridanus/Divulgação |
E também
existe um certo status em ter ou gostar do que é de fora, é “cult”. Em
determinados nichos, gostar de coisas nacionais é quase um crime, e vejo que na
cena musical essa realidade é forte. Não há uma valorização do que é feito
aqui. Pra que eu vou no show da banda brasileira X, se a banda europeia Y vai
vir também?! E olha que tem muita banda estrangeira meia boca que vem aqui,
fazem shows fraquíssimos, mas são ovacionados, enquanto a banda nacional pode
fazer um show de alto nível, mas em grande parte das vezes, será delegada a
segundo plano.
Thiago: Sinceramente,
isso muito também é culpa de produtoras que não concedem espaço, de mídias que
só divulgam o que vem de fora, do governo que não respeita as leis de incentivo
a cultura, e quando respeita, a infraestrutura é escassa. O povo brasileiro muitas
vezes não dá atenção a bons músicos e boas músicas de seu conterrâneos, por
pré-conceitual pensamento: “Se é daqui, é ruim”. Então infelizmente, o povo
apenas se deixa levar por essa onda, e não esquecem, mas cruelmente ignoram muitas
bandas daqui.
RA
- Quais são as bandas influentes da banda?
Thiago: Somos muito
ecléticos! Na verdade nada é uma grande unanimidade entre todos na banda. Mas podemos
citar algumas bandas que estão sempre em nossos playlists: Edguy, H.E.A.T,
Halloween, Arch Enemy, Motley Crüe, Crashdiet, Jörn, Nightwish, Skid Row,
Europe, Iron Maiden, Metallica, Deep Purple, AC/DC, Black Label Society, Axel
Rudi Pell, Alice Cooper, Hardline, Journey e muito mais! Sempre que um alguém traz
uma novidade, nó ouvimos!
RA - É
comum na cena rock, as bandas independentes realizarem shows em rock bares, e
sabemos o quanto é difícil de conseguir uma data. Isso acontece ainda com
vocês? Qual a visão de vocês sobre isso?
Roger:
Sim, isso acontece sempre, toda banda independente passa por isso vez ou outra.
Existem muitas bandas para pouco espaço, ainda mais tendo em vista o tamanho da
burocracia para se abrir uma casa de shows, o que acaba diminuindo ainda mais
os espaços. Vivemos em um país onde os espaços públicos também são pouco
utilizados para apresentações culturais, o que dirá para o Rock e Heavy Metal,
que são estilos underground.
Existem
algumas iniciativas muito bacanas de promotores que organizam festivais a céu
aberto, ou dentro de fazendas, com acampamento e dias de shows, mas ainda são
poucos e também não dão vazão para a quantidade de bandas que existem.
RA -
Hoje, o mundo musical está bem mais aberto com as distribuidoras de músicas
–streaming – ajudando as bandas a ficarem mais conhecidas, disponibilizando as
músicas na íntegra e no mundo todo como a ONErpm, Spotify, iTunes, UOL Música e
outros - Na
opinião de vocês, até onde isso pode ser positivo e negativo para a banda?
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Eridanus/Divulgação |
Thiago: Positivo ao
ponto de levar a qualquer canto do mundo nosso trabalho, e muitos fãs poderem
adquirir nossas músicas dando assim suporte para a banda. Negativo porque
infelizmente muitos ouvintes tentam adquirir nosso trabalho de forma ilícita, e
quando uma música está na rede, facilmente acaba saindo de plataformas
confiáveis e caem para o mundo da pirataria. Muitas pessoas esquecem do
trabalho árduo que tivemos para produzir este trabalho, e não dão suporte a
banda. Esquecendo que isso pode causar com que a banda não tenha retorno, e por
isso, deixe de existir.
Roger: É um jogo de
perde e ganha. Enquanto as músicas estão nas plataformas confiáveis, tudo é
ótimo e a banda só tem a ganhar, nós mesmo temos nossas músicas nestas
plataformas, mas como o Thiago disse, pessoas também utilizam estes meios para
conseguir as músicas para o mundo da pirataria. Há quem diga que a pirataria
pode tornar a banda mais conhecida do que se ela estivesse só em meios pagos,
mas não adianta o reconhecimento sem retorno, não há trabalho que sobreviva só
de reconhecimento.
RA – Qual
foi a melhor experiência da Eridanus desde a formação?
Roger:
Com certeza o lançamento do nosso CD e o reconhecimento que todo esse trabalho
tem gerado. Sabíamos do potencial do álbum, mas nunca pensamos tão longe quanto
ele foi, é algo recompensador.
RA – A
banda embarca agora em novembro para a sua primeira tour internacional.
Conte-nos um pouco sobre a tour e a expectativa com relação ao público
argentino.
Roger:
Estamos realmente ansiosos por esta tour, contando os dias na verdade, já que
será nossa primeira vez na Argentina, tocaremos em Carlos Paz, Cordoba e Mayu
Sumaj, e esperamos que sejam 3 noites inesquecíveis.
Sabemos
que o povo Argentino é um apaixonado por Heavy Metal e é muito participativo
nos shows, e queremos fazer um show incrível para eles. Levaremos algumas
novidades para tocar em primeira mão, então acredito que serão shows realmente
especiais.
Thiago: Esperamos
poder manter acesa a chama do Heavy Metal para nossos fãs argentinos,
mostrando-os um show para ser visto e ouvido, cheio de energia e com muito
Heavy Metal!
RA –
Quais são os planos da banda para 2014-2015?
Roger:
Além da Tour na Argentina, acho que faremos mais um ou dois shows ainda em
Dezembro para encerrar o ano, enquanto estamos no meio dos preparativos para a
comemoração dos 10 anos da banda em 2015. Faremos uma coisa especial para os
fãs, que infelizmente ainda não posso falar, mas posso dizer que será uma
prévia do futuro. Aguardem!
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