Fala Galera que acompanha o Rock Alive Brasil!!!
Manoel Jorge Dias: Começou sem planejamento. Era uma loja de roupas que fracassou e aí começamos a trocas as roupas por LP’s, livros, quadros, antiguidades e esculturas. Acabou criando um acervo fantástico com mais de 1 milhão de discos, 400 mil compactos e 150 mil livros.
RA: Dentro desse acervo há produtos de sua coleção particular?
RA: Mas para conseguir esse acervo todo, você chegou a comprar de alguma distribuidora de discos que estava para fechar?
MJD: Não,
nós compramos de rádios, de outros lojistas - no qual de uma única vez
compramos 200 mil exemplares – comprávamos também de pessoas comuns que não queriam mais suas coleções e vinham até a loja vendê-los. Cheguei a ir a cidades do interior e comprar direto de colecionadores. Enfim, o acervo veio de todos os tipos de negociação.
RA: E quando começou esse processo?
MJD: Entre
2001 e 2002, e eu não sabia que haveria esse apelo e grande demanda de
pessoas atrás de comprar vinil. A ideia mesmo era montar um centro
cultural, mas como nos últimos anos o LP deu essa guinada e reconhecimento da mídia, por conta da sua qualidade ser superior,
além do vinil ter esse lado saudosista, por conta das pessoas mais
antigas. Mas o quê realmente chama a atenção é essa garotada curtindo os
Lp’s.
MJD: Bom, eu sou da Mooca e quando essa história da loja de roupas não deu certo, montei
na Mooca por conta da facilidade e comodismo, e eu queria que algo meu
desse certo no Bairro. Com o fracasso da loja e há possibilidade de eu
montar um antiquário, o vinil acabou se destacando nisso tudo e aí
nasceu a vontade de fazer o centro cultural. Quando comecei com o FEIRÃO DE 1 MILHÃO DE DISCOS surgiu a ideia é fazer da Mooca a “Capital do Vinil” e atualmente esse é o nosso principal objetivo.
RAB: Mooca como a “Capital do Vinil”?
MJD: Sim. São Paulo já é a capital do vinil perante o Brasil, queremos fazer a Mooca o
bairro mais emblemático para o vinil.
Por conta das minhas três lojas no bairro, vamos implantar a partir do dia 27 desse mês o “Roteiro do Vinil”. Ou seja, um roteiro turístico onde as pessoas vão conhecer a Mooca e ter acesso às três lojas.
Por conta das minhas três lojas no bairro, vamos implantar a partir do dia 27 desse mês o “Roteiro do Vinil”. Ou seja, um roteiro turístico onde as pessoas vão conhecer a Mooca e ter acesso às três lojas.
RAB: Com essa sua paixão pelo vinil nunca ocorreu à ideia de abrir uma gravadora?
MJD: Meu apego ao vinil no início (pois eu sou “peão de obra” e não tenho nenhuma formação musical) foi por dois motivos. 1º percebi que futuramente poderia montar o centro cultural e 2º o que me chamava a atenção, mais do que a música em si (embora
eu goste de música como qualquer pessoa comum), foi a beleza das capas e
das contracapas, os volumes de informações sobre o trabalho copostas no encarte e isso foi me fascinando,
além da história do vinil que não é só ligada à música.
Ele [o vinil] é a manifestação de todas as atividades humanas, mesmo todo mundo o associando a música o LP não é só isso, ele também é política, humor, folclore...
Ele [o vinil] é a manifestação de todas as atividades humanas, mesmo todo mundo o associando a música o LP não é só isso, ele também é política, humor, folclore...
MJD: Sim, peças eruditas, coisas de época. Antigamente se gravava casamentos em vinil. Têm
uns cem números de manifestações culturais da sociedade do mundo
inteiro que são garantidas, preservadas e divulgadas pelo vinil.
RAB: O Interessante é que você levanta a bandeira do vinil pela questão cultural que o formato representa a sociedade. Isso é bem legal.
MJD: O LP está associado à música. Reconheço que o grande papel dessa mídia está relacionado com o meio musical, mas por trás disso têm todas essas manifestações culturais e estamos percebendo isso e explorando essa questão da melhor forma possível.
RAB: Sobre a ideia de vocês divulgarem o compacto. Como se surgiu essa iniciativa?
MJD: O compacto é o inicio de carreira de inúmeros artistas. Como muitas pessoas não tinham dinheiro para gravar um longplay
e aí gravavam um compacto. Há compactos que são vazados, pois o artista
que gravou a mídia não tinha grana para arte do álbum. Mas o compacto é fascinante e nós temos cerca
de 400 mil exemplares que logo estaremos colocando-os para venda. E o
mais legal que a grande parte desses exemplares que possuímos são de
artistas desconhecidos que só gravaram esse exemplar e pronto.
RAB: E já há público a procura de compactos?
MJD: Sim,
há um pessoal havido atrás de compactos, só que ainda não liberamos as
vendas, pois estamos ajeitando o andar superior do casarão para
comportar nossos compactos. Mesmo nosso projeto ser fascinante, estamos
indo de um passo por vez.
RAB: Nos E.U.A houve uma iniciativa chamada “Cassette Store Day”, igual ao Record Store Day, só que voltada para as fitas K-7. Você pensa em comercializar esse formato futuramente?
MJD: Sim,
inclusive, já têm pessoas há procura desse formato, porém mesmo já
tendo um acervo de fitas, ainda vamos aguardar um pouco para começar a
vendê-las.
RAB: Jorge, muito obrigado mesmo pela entrevista!
MJD: Eu que agradeço! Depois
desse excelente papo com o idealizador do projeto, começo a perambular
pelo casarão e além do local estar lotado e “garimpeiros” atrás de raridades em LP vejo a grande diversificação musical. Você encontrará, por exemplo, Skid Row ao lado de música erudita.Há Prince ao lado de sertanejo e etc.
O legal que ao se garimpar em uma fileira, você pode encontrar um disco do Iron Maiden atrás de um do Roberto Carlos e essa iniciativa de fazer os clientes garimparem por algum título de seu agrado, estimula as pessoas a encontrarem álbuns que nem imaginavam em achar.
![]() |
Bruno Barni e Manoel Jorge Dias/Casarão do Vinil |
Quem é fã dessa cultura de garimpos de lp’s terá um prato cheio visitando o Casarão do Vinil, pois o espaço é muito bem aproveitado e contém aquele ar nostálgico agradável para os saudosistas do eterno bolachão. Vale muito à pena o passeio.
Informações:
Casarão do Vinil: Rua dos Trilhos, 1212 – Mooca (próximo ao mercado Extra da rua Javari).
Horário de funcionamento: Sábados e domingos, das 08h às 18h.
Estação de Metro e Trem próximas: Estação de metrô Bresser Mooca e estação de Trem Mooca.
Telefone para contato: (11) 2737 – 0155 – (11) 2737 – 07555
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Feirão-1-milhão-de-LPs/
E aí, curtiram? Continuem em nosso site, ainda tem muita coisa boa e muito Rock n' Rol!
See You Soon!!!
E aí, curtiram? Continuem em nosso site, ainda tem muita coisa boa e muito Rock n' Rol!
See You Soon!!!

Há anos batalho um vinil, para homenagear minha falecida mãe, chamado A MULHER MAIS BELA DO MUNDO, trilha sonora do filme homônimo, com Gina Lollobrigida de 1958. Só serve o vinil
ResponderExcluirgiobosco@uol.com.br