sábado, 20 de setembro de 2014

Rock Alive Brasil no Casarão do Vinil!

Fala Galera que acompanha o Rock Alive Brasil!!!

Sábado (6/9), aconteceu a inauguração do Casarão do Vinil, na Mooca (Zona Leste de São Paulo). Local idealizado pelo engenheiro Manoel Jorge Dias, também conhecido como “Manézinho da Implosão”, cuja proposta do local é misturar uma loja de antiguidades com uma de discos de vinil, no qual a casa oferece mais de um milhão de álbuns dos mais distintos gêneros musicais, e além do tradicional formato Longplay, há também compactos e discos de 78 rotações.

O Rock Alive Brasil bateu um papo com o idealizador desse projeto em que Jorge contou mais sobre essa empreitada. Leiam alguns trechos da entrevista abaixo.

Bruno Barni/Casarão do Vinil
RA: Manoel, como começou seu "hobbie" por colecionar vinis?

Manoel Jorge Dias: Começou sem planejamento. Era uma loja de roupas que fracassou e aí começamos a trocas as roupas por LP’s, livros, quadros, antiguidades e esculturas. Acabou criando um acervo fantástico com mais de 1 milhão de discos, 400 mil compactos e 150 mil livros.

RA: Dentro desse acervo há produtos de sua coleção particular?

MJD: Não. Tudo começou com as trocas e depois que vi que isso era uma oportunidade única de montar um centro cultural,  então começamos [junto de uma equipe] a selecionar e separar os discos em melhores condições para o museu.

RA: Mas para conseguir esse acervo todo, você chegou a comprar de alguma distribuidora de discos que estava para fechar?

MJD: Não, nós compramos de rádios, de outros lojistas - no qual de uma única vez compramos 200 mil exemplares – comprávamos também de pessoas comuns que não queriam mais suas coleções e vinham até a loja vendê-los. Cheguei a ir a cidades do interior e comprar direto de colecionadores. Enfim, o acervo veio de todos os tipos de negociação.

RA: E quando começou esse processo?

MJD: Entre 2001 e 2002, e eu não sabia que haveria esse apelo e grande demanda de pessoas atrás de comprar vinil. A ideia mesmo era montar um centro cultural, mas como nos últimos anos o LP deu essa guinada e reconhecimento da mídia, por conta da sua qualidade ser superior, além do vinil ter esse lado saudosista, por conta das pessoas mais antigas. Mas o quê realmente chama a atenção é essa garotada curtindo os Lp’s.

Bruno Barni/Raridades/Casarão do Vinil
RA: Por que o senhor escolheu a Mooca como local para o Casarão do Vinil?

MJD: Bom, eu sou da Mooca e quando essa história da loja de roupas não deu certo, montei na Mooca por conta da facilidade e comodismo, e eu queria que algo meu desse certo no Bairro. Com o fracasso da loja e há possibilidade de eu montar um antiquário, o vinil acabou se destacando nisso tudo e aí nasceu a vontade de fazer o centro cultural. Quando comecei com o FEIRÃO DE 1 MILHÃO DE DISCOS surgiu a ideia é fazer da Mooca a “Capital do Vinil  e atualmente esse é o nosso principal objetivo.

RAB: Mooca como a “Capital do Vinil”?

MJD: Sim. São Paulo já é a capital do vinil perante o Brasil, queremos fazer a Mooca o bairro mais emblemático para o vinil.


Por conta das minhas três lojas no bairro, vamos implantar a partir do dia 27 desse mês o “Roteiro do Vinil”. Ou seja, um roteiro turístico onde as pessoas vão conhecer a Mooca e ter acesso às três lojas.

RAB: Com essa sua paixão pelo vinil nunca ocorreu à ideia de abrir uma gravadora?

MJD: Meu apego ao vinil no início (pois eu sou “peão de obra” e não tenho nenhuma formação musical) foi por dois motivos. 1º percebi que futuramente poderia montar o centro cultural e 2º o que me chamava a atenção, mais do que a música em si (embora eu goste de música como qualquer pessoa comum), foi a beleza das capas e das contracapas, os volumes de informações sobre o trabalho copostas no encarte e isso foi me fascinando, além da história do vinil que não é só ligada à música.

Ele [o vinil] é a manifestação de todas as atividades humanas, mesmo todo mundo o associando a música o LP não é só isso, ele também é política, humor, folclore...

Manoel Jorge Dias/Casarão do Vinil
RAB: O elitismo embutido nas peças eruditas...

MJD: Sim, peças eruditas, coisas de época. Antigamente se gravava casamentos em vinil. Têm uns cem números de manifestações culturais da sociedade do mundo inteiro que são garantidas, preservadas e divulgadas pelo vinil.

RAB: O Interessante é que você levanta a bandeira do vinil pela questão cultural que o formato representa a sociedade. Isso é bem legal.

MJD: O LP está associado à música. Reconheço que o grande papel dessa mídia está relacionado com o meio musical, mas por trás disso têm todas essas manifestações culturais e estamos percebendo isso e explorando essa questão da melhor forma possível.

RAB: Sobre a ideia de vocês divulgarem o compacto. Como se surgiu essa iniciativa?

MJD: O compacto é o inicio de carreira de inúmeros artistas. Como muitas pessoas não tinham dinheiro para gravar um longplay e aí gravavam um compacto. Há compactos que são vazados, pois o artista que gravou a mídia não tinha grana para arte do álbum. Mas o compacto é fascinante e nós temos cerca de 400 mil exemplares que logo estaremos colocando-os para venda. E o mais legal que a grande parte desses exemplares que possuímos são de artistas desconhecidos que só gravaram esse exemplar e pronto.

RAB: E já há público a procura de compactos?

MJD: Sim, há um pessoal havido atrás de compactos, só que ainda não liberamos as vendas, pois estamos ajeitando o andar superior do casarão para comportar nossos compactos. Mesmo nosso projeto ser fascinante, estamos indo de um passo por vez.


RAB: Nos E.U.A houve uma iniciativa chamada “Cassette Store Day”, igual ao  Record Store Day, só que voltada para as fitas K-7. Você pensa em comercializar esse formato futuramente?

MJD: Sim, inclusive, já têm pessoas há procura desse formato, porém mesmo já tendo um acervo de fitas, ainda vamos aguardar um pouco para começar a vendê-las.

RAB: Jorge, muito obrigado mesmo pela entrevista!

MJD: Eu que agradeço! Depois desse excelente papo com o idealizador do projeto, começo a perambular pelo casarão e além do local estar lotado e “garimpeiros” atrás de raridades em LP vejo a grande diversificação musical. Você encontrará, por exemplo, Skid Row ao lado de música erudita. Prince ao lado de sertanejo e etc.


Bruno Barni e Manoel Jorge Dias/Casarão do Vinil
O legal que ao se garimpar em uma fileira, você pode encontrar um disco do Iron Maiden atrás de um do Roberto Carlos e essa iniciativa de fazer os clientes garimparem por algum título de seu agrado, estimula as pessoas a encontrarem álbuns que nem imaginavam em achar.

Quem é fã dessa cultura de garimpos de lp’s terá um prato cheio visitando o Casarão do Vinil, pois o espaço é muito bem aproveitado e contém aquele ar nostálgico agradável para os saudosistas do eterno bolachão. Vale muito à pena o passeio.

Informações:
Casarão do Vinil: Rua dos Trilhos, 1212 – Mooca (próximo ao mercado Extra da rua Javari).
Horário de funcionamento: Sábados e domingos, das 08h às 18h.
Estação de Metro e Trem próximas: Estação de metrô Bresser Mooca e estação de Trem Mooca.
Telefone para contato: (11) 2737 – 0155 – (11) 2737 – 07555
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Feirão-1-milhão-de-LPs/


E aí, curtiram? Continuem em nosso site, ainda tem muita coisa boa e muito Rock n' Rol!

See You Soon!!!

Um comentário:

  1. Há anos batalho um vinil, para homenagear minha falecida mãe, chamado A MULHER MAIS BELA DO MUNDO, trilha sonora do filme homônimo, com Gina Lollobrigida de 1958. Só serve o vinil
    giobosco@uol.com.br

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